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A senhora pode explicar um pouco sobre o Módulo de Aprofundamento de Doutorado que está sendo realizado no IESLA a partir de um convênio com a Universidad del Museo Social Argentino?
Esse curso que estamos fazendo agora em Belo Horizonte é muito especial e extraordinário. Isso porque serve como aprofundamento e atualização para um grupo de 25 aspirantes a doutores em ciências jurídicas pela UMSA. Essas pessoas já possuem estudos em pós-graduação lato sensu e stricto sensu. Então, é importante destacar que tanto eles quanto os professores convidados para dar esses seminários não estão formando, mas sim, atualizando seus conhecimentos.
Isso é uma diferença muito grande, porque alguns deles têm tantos antecedentes valiosos que realmente é uma oportunidade importante para o IESLA e para o Museo. Eles, certamente, serão nossos futuros professores, orientadores e também pesquisadores.
As Universidades na Argentina têm grupos de pesquisas permanentes. Então, nós queremos incrementar nosso departamento de pesquisa com pesquisadores brasileiros formados entre as duas instituições
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Como a senhora avalia essa experiência até agora?
Posso dizer que têm sido uma experiência muito afortunada até agora. A grande maioria dos alunos terá um sucesso muito grande, tanto no Brasil quanto na Argentina.
E a dinâmica utilizada foi de dar seminários investigativos. Ou seja, os professores motivam e os alunos pesquisam em aula, o que gera debates e, consequentemente, conclusões muito relevantes.
Alcançamos um nível no qual a “verdade” não existe, é tudo uma questão de interpretação.
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Fale um pouco, por favor, sobre os projetos de pesquisa.
Nós temos temas de Direito Monetário Internacional, Direito da Família, Direito Empresarial, Corrupção, Bloqueio de Capitais e também a situação da Legislação Constitucional diante destas situações tão especiais, tanto para o Brasil quanto para a Argentina.
Então, foram desenvolvidos quatro projetos de pesquisa em grupo com estes mesmos aspirantes a pesquisadores sobre temas, que vão ser gerados também na Argentina. Para se ter as duas visões.
São projetos assistidos, e parte de um projeto liderado por outro doutor, também pesquisador.
Nesse caso, nos consideramos muito afortunados, pois os quatro doutores que aceitaram compartilhar seus conhecimentos são graduados na UMSA e possuem muito prestígio internacional.
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A escolha desta data para a realização do Módulo teve algum fator determinante?
Escolhemos essa data pensando no conforto dos alunos e dos professores, pois todos são muito ocupados. Mas sucesso está tão grande que já recebemos pedidos de outros aspirantes interessados em datas para também participarem desta experiência.
Já estamos, então, pensando em renovar essa ação, mas para ir além. Não será somente um doutorado comum que teremos. Já estamos bem programados com a IESLA em Buenos Aires para fazer algo de “Alta Gama”.
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E quanto aos temas das Teses? Pode nos adiantar algo?
As Teses precisam manter sua originalidade e novidade até o dia de sua apresentação. O que temos são projetos, mas não posso dizer o nome porque poderia violar essa confidencialidade, que o aspirante merece. Mas posso dizer que até agora há várias Teses. Em Filosofia do Direito Penal, Direito Constitucional, Direitos Sociais, há três em Direito Internacional e Econômico, temos também Direito Ambiental e acredito que até sexta-feira serão mais temas.
É um momento de amadurecimento das escolhas. Os temas já eram pesquisados por eles mesmos. Uma Tese de doutorado não é uma improvisação ou algo aleatório. Eles vêm se desenvolvendo e trabalhando desde o mestrado. Já são pesquisadores maduros.
Posso adiantar que alguns projetos são realmente admiráveis e estou muito surpresa com o nível de refinamento intelectual dos alunos.