O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2013 foi oferecido nesta segunda-feira (7) pelo Instituto Karolinska, em Estocolmo, aos pesquisadores James Rothman, Randy Schekman e Thomas Südhof, por seus trabalhos sobre o transporte vesicular, um importante processo celular.
Segundo os membros do comitê que concede o prêmio, o entendimento do transporte vesicular foi importante para compreender melhor doenças como tétano e diabetes, entre outras.
Os representantes ainda explicaram que as pesquisas dos vencedores deste ano não levaram ainda à criação de alguma medicação, mas ajudaram a avançar a eficiência de diagnósticos de diversas doenças.
O prêmio em dinheiro é de 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,3 milhão), a mesma quantidade que no ano passado, mas 20% menos que em 2011.
Entenda
Cada célula funciona como uma “fábrica” que produz e exporta moléculas. A insulina, por exemplo, é produzida e secretada para o sangue, e neurotransmissores, que funcionam como sinais químicos, são mandados de uma célula nervosa para outra. Essas moléculas são transportadas em pequenos “pacotes” chamados vesículas.
Os ganhadores do Nobel deste ano descobriram os princípios moleculares que regulam como esses pacotes chegam no momento certo e no lugar certo dentro de cada célula.
O Instituto Karolinska considera que o trio, cujos trabalhos foram publicados entre a segunda metade da década de 1970 e o começo da década de 1990, descobriu um processo fundamental na fisiologia celular.
O transporte e a fusão vesicular funcionam pelos mesmos princípios gerais em organismos tão diferentes quanto fungos e seres humanos.
Processos como a sinalização para o cérebro de que ele precisa liberar hormônios ou substâncias imunológicas, dependem do transporte vesicular. Sem esse mecanismo funcionando precisamente, as células entram num estado caótico.
Randy Schekman descobriu um conjunto de genes importantes para o transporte vesicular. James Rothman destrinchou o “maquinário” de proteínas que permite às vesículas se fundirem com suas cargas, fazendo com que sejam transportadas. Já Thomas Südhof revelou como funcionam os sinais que instruem as vesículas a soltarem suas cargas com precisão.
Rothman nasceu em 1950 nos EUA e trabalha na Universidade Yale. O professor disse a uma rádio sueca que se sentia extremamente honrado por vencer o prêmio.
Shekman nasceu em 1948, também nos Estados Unidos, e fez suas pesquisas na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Ele declarou à AFP que ficou chocado quando recebeu a ligação de Estocolmo. “Minha reação quando fiquei sabendo foi de incredulidade e alegria”, afirmou o professor.
Já Thomas Südhof nasceu em 1955 na Alemanha, mas também atua na Califórnia, na Universidade Stanford. Ele declarou nesta segunda-feira, na cidade espanhola de Baeza, que a notícia de que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina 2013 é uma das “maiores surpresas” de sua vida.
Südhof, que está na Universidade Internacional da Andaluzia (UNIA), em Baeza, declarou aos jornalistas que recebeu a notícia assim que chegou à cidade, e que para ele “é muito significativo” ter recebido o reconhecimento.
O cientista considerou que também é “um reconhecimento enorme” para seu campo científico e para as várias pessoas que trabalham “para compreender como os neurônios se comunicam uns com os outros” e “trabalham neste problema fundamental para conhecer como o cérebro humano funciona”.
No IESLA temos vários mestrados e doutorados na área da saúde, além da graduação em Medicina na Argentina.